Dentro do nada

As últimas palavras...as primeiras que escuto ao amanhecer / ditas e repetidas sem tréguas / ganhando força à medida que me distancio da inércia / não importa se vou ou se fico / as paredes me sufocam / a suavidade do branco / em contraste com a agonia / de estar diante do vazio / uma janela ao fim de alguns passos / uma esperança, aparente / ofuscada pela ausência / daquilo que pode ser visto / mas não pode ser tocado / a claridade dos fatos me joga na realidade / debruçado em meus pensamentos / permaneço sob o silêncio / quando fecho meus olhos / mesmo diante dos vivos / ainda caminho sem vida / dentro do nada.